RIZOMA
Quero a maior distância entre dois pontos;
Desligar as minhas partes;
Desfazer-me em meus passos;
Derramar-me em outros cantos;
Alcançar-me em outras pontas;
Amputar-me as coisas mortas –
Um abraço, um apreço, tantos anos
Desviar de tudo meu;
Despegar de todo eu;
Desdobrar-me em sentidos;
Ecoar por entre as frestas –
Reverbero do vazio;
Ser a tinta ainda úmida,
não a seca no poema,
nem a presa na caneta;
Conjugar-me no infinito;
Escrever na terceira margem;
(Ecoar por entre as frestas
Transformar-me em gravidade que não sabe a direção;
Tomar em cada rosa um aroma emprestado;
Deixar em cada espinho um pedaço de epiderme;
Esquecer-me do que sou, do que fui, do que
(Ecoar
Confundir-me com o tempo;
Compreender que não há mapa,
mas pedaços do possível;
E por fim não me caber numa folha de papel
domingo, 14 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário