quinta-feira, 1 de julho de 2010

EPITÁFIO No 1

Eu quis apenas tudo
E pude ainda nada
E fui uma quase falha
Perfeita em seu vazio

Eu soube a hora exata
Do início do fastio
E fiz de toda falta
Um germe do horizonte

Eu fui reconhecido
Em cada esquina podre
Com putas e mendigos
E amores travestidos

Eu coube em quatro linhas
De imagem desbotada
Em álbum empoeirado
Guardado a zero chave

Eu não deixei saudade:
Levei a cada canto
Promessa de retorno,
Ausência anunciada

Eu vi por toda parte
Pedaços de mim mesmo
Em olhos reticentes,
Em beijos nunca dados

Eu tive o mesmo sonho
Que tem qualquer semente -
De ser suave rosa
Tocando a tua face

E mesmo não sabia:
Que ao fim de cada dia
Fui tudo que podia
E nada que importasse

7 comentários:

  1. Você tem que parar com essa mania de escrever coisas apaixonantes rapaz.

    ( NÃO PARA , NÃO PARA !)

    Amo de paixão seus poemas, demora, mas vale a pena esperar :)
    Beijo, Léo.

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  2. Humm, senti um "q" da época do JF aí!
    Muito bom, parabéns soldier!

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  3. Muito bonito. Há tempos não leio um poema tão bom assim. Eles são os que mais me tocam, sempre.
    beijos (:

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Pode clê, rafa. eu tb pensei nisso. se botasse uma guitarrinha de fundo e um pedal duplo dava uma musica massa. daí léo pode ou lançar um disco ou um livro. ou os dois. parabéns tb.

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  6. Muito muito muito bom!!!!!!! *-------*

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