PUPA
Estou desistindo das coisas antigas,
De todo pedaço de culpa e conforto,
Do pêlo, da pele, de tudo já morto:
Certezas, amores, poemas, cantigas.
As tantas lembranças me são inimigas.
Os anos passados me têm por aborto.
Repousam em mar de silêncio absorto,
As velhas vaidades nas nobres barrigas
Dos vermes – amantes do mundo nefando.
Ali se transforma o que foi epiderme;
Ali se esquece as dores recentes.
Também os meus dias eu vou macerando,
E enquanto a tarde se prostra inerme,
Me vou refazendo das coisas nascentes.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
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Nobres barrigas, hein.
ResponderExcluirA minha também tá crescendo.
Os poemas são legais porque tocam a cada um de formas diferentes. Das coisas antigas eu já desisti, só espero o dia que elas desistam de mim. As lembranças inimigas assombram como fantasmas. Parabéns. Meio "dos Anjos", meio Pessoa, meio bossa nova meio rock n' roll.
ResponderExcluirfagner
Poxa, Léo! Sou sua fã! Muito bons seus poemas! Beijo grande!
ResponderExcluirLéo q bom q vc atualizou seu blog,tava sentindo falta dos seus poemas, esse como tds os outros está mt lindo e bem escrito.
ResponderExcluirArte de profissional.
:*
lindissimo Leozito!
ResponderExcluirAdorei teu blog
xero