quinta-feira, 12 de agosto de 2010

PUPA

Estou desistindo das coisas antigas,
De todo pedaço de culpa e conforto,
Do pêlo, da pele, de tudo já morto:
Certezas, amores, poemas, cantigas.

As tantas lembranças me são inimigas.
Os anos passados me têm por aborto.
Repousam em mar de silêncio absorto,
As velhas vaidades nas nobres barrigas

Dos vermes – amantes do mundo nefando.
Ali se transforma o que foi epiderme;
Ali se esquece as dores recentes.

Também os meus dias eu vou macerando,
E enquanto a tarde se prostra inerme,
Me vou refazendo das coisas nascentes.

5 comentários:

  1. Nobres barrigas, hein.
    A minha também tá crescendo.

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  2. Os poemas são legais porque tocam a cada um de formas diferentes. Das coisas antigas eu já desisti, só espero o dia que elas desistam de mim. As lembranças inimigas assombram como fantasmas. Parabéns. Meio "dos Anjos", meio Pessoa, meio bossa nova meio rock n' roll.
    fagner

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  3. Poxa, Léo! Sou sua fã! Muito bons seus poemas! Beijo grande!

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  4. Léo q bom q vc atualizou seu blog,tava sentindo falta dos seus poemas, esse como tds os outros está mt lindo e bem escrito.
    Arte de profissional.
    :*

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  5. lindissimo Leozito!
    Adorei teu blog

    xero

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