MINHA PELE
Minha pele é minha pauta
Onde inscrevo os meus poemas
Onde encravo as horas nuas
Onde a dor faz seu rascunho
Minha pele é minha fala
Que inventa dialetos
Que dispensa tradução
Mas entende a sua língua
Minha pele é minha farsa
Sob a qual está imerso
Estacado, quase inerte
Meu desejo de ser sangue
Minha pele é tantas rugas
Quantas foram as batalhas
Cada uma diz um pouco
(E esconde um tanto mais)
Minha pele é coisa densa
Incrustada com pecados
Com saudades, impurezas
Com pedaços de pessoas
Minha pele é pêlo e medo
De ser pele junto a outra
De ser pega de surpresa
Pelo frio, pelo beijo
Minha pele é pelo avesso
Pela noite não dormida
Pelo simples movimento
De teu corpo em despedida
Minha pele é toda ouvidos
E aroma e atrito
E amargo e vermelho
E promessa de alívio
Minha pele é tudo em volta
Do que penso, do que faço
É o mundo em poucas linhas
É o tempo condensado
Minha pele é meio sua:
É seus olhos quando vagos
É sua boca quando muda
É sua casa enquanto nua
terça-feira, 23 de março de 2010
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Afff...chega emociona, rs.
ResponderExcluirMassa!
=]
ResponderExcluirsua pele tem poros de palavras líricas.
ResponderExcluirmuito lindo o poema.
Axei lindo teus poemas.
ResponderExcluirMt mesmo,vc tem talento.
Criei uma comunidade para os Blogueiros de NATAL/RN e gostaria q vc participasse.
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=102641228
:*
NOffa cara, que lindo, não sério MESMO.
ResponderExcluirE eu não sou de elogiar.
Adicionar o seu nos meus favoritos, to na comunidade do orkut ;)
Beijo.